terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Motivos

De todas as mil coisas que existem no mundo, qual é aquela que te faz feliz?
Existem muito mais de mil, é claro, mas não importa se existem mil, ou milhões, ou muito mais. Um único motivo pra acreditar, pra continuar, já basta. Por momentos é fácil saber de coisas que nos fariam felizes, como dinheiro. Mas aquelas que fazem os olhos brilharem, aquelas que dão vontade de viver, essas normalmente terão um motivo tão banal ou serão tão simples que pouco combinarão com a imensidão da felicidade. Algumas vezes os melhores motivos parecem besteiras e nos esquecemos deles. Procuramos desesperadamente algo realmente grandioso, tão grande quanto a tristeza que queremos nos livrar, quando, na verdade ,só precisamos das “bobagens”.
Um pouco de felicidade pode salvar anos de tristeza. Afinal, tantas vezes não nos sacrificamos, sofremos, só pra no fim, sentir ela, a felicidade. Basta lutar, ou basta se deixar sentir um ou talvez três momentos de felicidade pra salvar o que se perdeu com a tristeza.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Castelo de Vidro

Eu cansei de tudo que eu vejo, de tudo que eu escuto, de tudo que jogam na minha cara, de tudo que entopem os meus ouvidos. Invadem minha casa com notícias de corrupção, assaltos, acidentes, mortes, etc.

Enquanto eu engulo a comida eu vejo na TV crianças desnutridas. Enquanto eu tranco a porta de casa eu lembro dos ladrões. Enquanto eu planejo minha viagem eu lembro de todas as pessoas que foram e não voltaram mais. Enquanto eu penso nas reformas pra casa eu lembro que aquele quarto que parece tão pequeno, possui o mesmo espaço da moradia de uma família pobre. Enquanto tudo me parece ruim na minha vida, o mundo me convence de que eu sou uma pessoa privilegiada, já que, há outras vivendo muito pior do que eu.

Eu quase sinto vergonha das minhas reclamações, mas minhas reclamações não são vergonhosas. O mundo é que é vergonhoso! Tantas pessoas vivendo em condições humilhantes, e mesmo assim eu posso reclamar. Por melhor que eu esteja ainda não é o suficiente, não é o que eu sonhei pra mim e muito menos o que eu desejei aos outros. Mas esses contrastes gritantes que existem na sociedade, parecem não nos espantar muito. Estamos acostumados, acomodados. Somos obrigados a ver e escutar tragédias de todo tipo e ainda assim não pensamos nisso. Às vezes parece que nos esquecemos que há pessoas boas, honestas, engajadas em ajudar. Pessoas que ajudam aos outros, não por sacrifício, nem publicidade, mas porque pra elas é o certo, é gratificante. Mas nós invés de incentivarmos essas ações, ou pelo menos ler as poucas notícias que têm sobre isso, continuamos apegados à escândalos e sensacionalismos, enfim, continuamos com nossa violência de todos os dias.

Vivemos num lindo castelo de vidro, supostamente protegidos de todo o mal do mundo. Não enchergamos(mesmo com o vidro) o quão frágil somos. Só percebemos quando nosso castelo de vidro quebra, e os vidros que nos protegiam viram os cacos que nos ferem.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

À espera do príncipe.

Todas as meninas lêem histórias onde as princesas são salvas, onde a vida delas mudam por conta do ato de um príncipe. As princesas são lindas, delicadas, frágeis, vulneráveis e nada podem fazer a não ser esperar a salvação chegar, ou seja, esperar o príncipe encantado.

As vezes parece que as mulheres ainda estão esperando por alguém que irá salvá-las, ainda estão esperando encontrar a segurança de que tanto precisam no príncipe. Elas não só esperam que a barata seja morta por outro pessoa, elas querem alguém que as cuide e proteja. Há uma necessidade de terem as coisas, por meio de outra pessoa, como se elas não fossem capazes. Talvez as garotas sonhem mais em namorar um garoto que tenha um “carrão” ou com um garoto rico do que elas terem um “carrão” ou elas serem ricas.

As meninas são criadas sobre regras que pouco as ajudam a alcançar a independência ou saber quem elas são. Há milhares de normas de boa conduta que elas devem seguir, e assim tornam-se o que esperam que elas sejam. Muitas coisas ligadas a feminilidade tem haver com fragilidade, delicadeza, etc, mas nada disso serve pra enfrentar o mundo. Aliás, elas não são educadas pra superarem seus medos e os desafios, é mais adequado que elas os evitem, não briguem, não se alterem, enfim que elas se submetam as regras.

É como se a história apenas seguisse por causa do princípe. Afinal se não fosse pelo príncipe a Bela Adormecida não teria despertado, Cinderela não teria mudado de vida, Branca de Neve e Rapunzel não teriam finais felizes.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Tô pensando...

Essa história de ser racional é o que estraga o homem. Sim, nós pensamos! Mas há também uma luta contra todos os nossos instintos. Não parece natural ir contra os instintos, mas já que podemos pensar, parece-me que não seria natural não pensar. Porém, muitas vezes pensar é justamente ir contra nossos instintos.
Essas coisas me deixam um tanto desiludida, parece que não é muito razoável confiar nos homens. Todos que pensam erram e os que não pensam erram mais ainda!
É no mínimo assustador acreditar que a direção de um homem cabe a ele mesmo, já que o erro sempre será sua companhia. Espero, que ao menos, os erros nasçam de uma ação sincera. Realmente nesse mundo não basta a intenção, mas as vezes saber a intenção liberta a alma de todos os erros e, talvez, a desilusão não seja tão grande assim! Claro, desde que a intenção seja boa.

Vida de Dona de Casa

Desde pequena sempre soube que não queria ser dona de casa. Depois que cresci tive mais certeza ainda! Nada contra as donas de casa... O fato é que esse é um “trabalho” muito ingrato.

Elas, as donas de casa, trabalham e não ganham nada. Não falo apenas de dinheiro ou de prestígio social, elas não recebem reconhecimento algum. Passam o dia limpando, esfregando, varrendo, passando, secando, lavando, organizando, e ninguém, nem os familiares, dizem um obrigado, como se tudo que elas fizessem fosse nada, apenas uma obrigação delas e ao invés do obrigado elas ganham mais sujeira, mais reclamação. Não há quem manifeste algo do tipo: como a casa esta limpa, que bom ter minhas roupas lavadas e passadas, que gostosa essa comida... Algumas vezes até reparam, mas ninguém comenta. Além disso, é muito melhor sair de casa, se afastar dos problema do lar, dos filhos, do que ter que resolver tudo isso. Uma dificuldade no trabalho pode ser muito mais cômoda do que uma dificuldade dentro de casa. E quem cuida dessa parte chata, são elas, as donas de casa.

São elas que tem que aguentar essa árdua tarefa de organizar a vida familiar,educar, resolver os problemas do filhos. Numa olhada rápida, pode parecer que esssas coisas não são tão complicadas assim. Mas acredite, são! São um monte de coisinhas que desgastam, porque se tiver uma briga ou problema não é com teu chefe ou teus empregados, é com as pessoas que tu mais ama, tua famíia, e as donas de casa não podem voltar pro lar para relaxar e esperar pelo próximo dia de trabalho, elas não tem pra onde fugir.

Muitos podem achar que elas que escolheram essa vida. Mas até pouco tempo atrás não era uma questão de escolha, e mesmo hoje que as mulheres trabalham, não raro, elas tem que resgatar a dona de casa dentro de si. E resgastam essa dona de casa, de todas as lembranças e observações de relações, isso quando não foram treinadas desde pequenas, e ai sim, elas tem que trabalhar(emprego) e ainda assim, limpar, esfregar, cozinhar e tudo o mais...E nem marido nem filho reconhecem, como se tudo que elas estivessem fazendo, fosse algo natural! Como se naquele almoço de domingo, onde as mulheres cozinham, e após a refeição todos homens vão dormir ou ver tv, enquanto elas independente da idade, estão limpando , lavando e secando fosse algo normal. Todo mundo faz de conta que é assim o certo já que sempre foi assim.

Parece que cedo ou tarde todas as mulheres são donas de casa. Mas não é preciso torcer pra na próxima encarnação ser homem, as próprias mulheres aceitam esse papel como se fosse delas, apenas delas. Felizmente eu generalizei, e há de haver exceções para as mulheres.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Igualdade Social

Muito se fala em igualdade social. Para alguns é peça chave da campanha eleitoral, para outros é o encaixe perfeito que formará um mundo de paz e alegria(ou, pelo menos, quase isso). Eu não sei se alguém já chegou a pensar que essa coisa de igualdade social, pode não ser tão grandiosa assim, tão importante, pode não ser a peça que falta no nosso quebra-cabeça e que está nos impedindo de prossegir.É claro, que muita gente não se importa com essa coisa de igualdade social, mas não sei se há pessoas, digamos de “bem”, que achem esse assunto um tanto antiquado.

Há algumas semanas atrás eu estava assistindo alguns documentários sobre a Índia. Resumindo sucintamente e provavelmente com alguns erros ou equívocos, o fato que me chamou atenção foi o seguinte:

Na Índia as favelas não são violentas como as nossas, talvez a semelhança esteja, apenas, na decadência e pobreza. O espaço nelas é minúsculo, tanto que para se chegar de um lado ao outro possivelmente terás que entrar na moradia de um certo alguém para seguires caminho. Não existe privacidade alguma! As pessoas estão passando pela tua “casa” e entrando nela o tempo todo...Nós, bom ao menos eu,pensei: “nunca conseguiria viver num lugar assim!”.
O governo, não sei por qual motivo, mas, provavelmente, não por caridade, resolveu construir prédios para essas pessoas morarem,e assim poder acabar com a favela.
Mas a favela, não era apenas um empecilho para a igualdade social, essa favela tinha “vida”!
Todos na favela estavam horrorizados com as paredes que, futuramente, os separariam de tudo aquilo que era a vida deles.
A idéia, para eles, de não terem amigos, vizinhos e mesmo desconhecidos, passando e entrando pelas suas casas, era totalmente assustadora. Não ter o burburinho das vozes se encontrando, não ver a agitação, não ter a mistura de aromas das refeições se confundindo... Não ter tudo isso, era acabar com a identidade dessas pessoas.
Elas podem ter um apartamneto com paredes, mas o estudo delas, dificilmente será o ideal.Os sonhos delas estarão distantes dos nossos, porque não é apenas uma questão de paredes! Não é apenas dar aos outros o que consideramos tão vital! Essas pessoas da favela, elas são originais!
Certamente não estão tão contaminadas pelo capitalismo, mesmo todas elas tendo uma tv num casebre que mal elas cabem! Elas vivem desse jeito, porque não tiveram outra escolha, elas criaram suas regras, imaginaram seus futuros, enquanto todos as ignoravam.E derrepente alguém que para elas não é e nunca foi "alguém", resolve que tudo isso estava errado, e mais, que está fazendo uma bela duma boa ação,e destrói tudo que elas tinham.
Talvez, nem todo mundo queira se igualar a nós, queira nossas vidinhas! É claro que os moradores dessa favela querem e merecem certas coisas... Mas essa "nossa" utopia da felicidade, já não me convence mais.

Quem nunca esteve em cima do muro?

Eu acho que meu muro mais parece uma muralha!
Tenho sempre que olhar pros dois lados, ponderando qual seria o melhor, o certo, o fácil, o prudente...
Pensando... De qual lado eu faço parte?
De qual lado eu quero fazer parte?
Vou me equilibrando lá em cima, cuidando pra que nenhum tropeço decida por mim, pendendo cuidadosamente pra um lado, pra ver como é a sensação de fazer parte dele, depois pro outro.
Eu nunca paro de andar pra frente, mesmo em cima do muro. É mais difícil de seguir o caminho lá de cima. Não se pode andar tranquilo, nem chegar depressa onde quero. Por um momento parece que tenho o controle, posso ver os dois lados, mas não vivo realmente nenhum. Mesmo do alto, e vendo mais longe, estou mais distante de tudo que é de verdade. Quero descobrir o lado “certo” e saltar com todas as forças nele.
É como uma muralha, não é como uma pedra no caminho que se possa chutar. Mas, talvez, não tenha “lado certo” e” lado errado”, talvez seja apenas um ziguezaguear... Não um caminho reto,mas um caminho com curvas,onde cada “muralha” tenha que ser escalada, onde tudo muda, e o certo e o errado naum valem nada.