Quantos pais não desejam que seus filhos tirem as notas mais altas na escola, consigam um emprego onde ganhem bastante dinheiro, mas é estranho pensar que pais desejem isso aos seus filhos. É como pensar que o que importa é apenas o dinheiro, o estatus. Justificar que o motivo desse desejo seja ver os filhos com uma vida boa, longe de dificuldades é ser um tanto hipócrita ou ingênuo. O melhor aluno não é o que tira as notas mais altas, quem tem um bom emprego ou boa renda nem sempre é o melhor profissional, simplesmente porque as coisa não funcionam desse jeito. Não basta ser dedicado, esforçado, inteligente, digno, responsável se você não souber ou não quiser jogar...O mais importante até é saber jogar! E por algum motivo as pessoas fazem questão de ignorar o quanto isso pode ser sofrido a ponto de desejarem que quem amam realmente se submeta às mesquinharias do mundo, já que assim terão uma vida com mais dinheiro, no entanto, nem por isso menos decadente.
Dessa forma quem tem interesses genuínos, quem é autêntico, verdadeiro, acaba ficando à margem da sociedade. Muitas vezes nem está mais perdendo no jogo, simplesmente está fora.
Cada vez mais vemos os puxa-sacos tirando boas notas, subindo de cargo, e parece que competência e saber são deixado de lado. O mundo não vai mudar, mas fico triste que tantos pais realmente desejem isso aos seus filhos, porque estão desejando que eles se corrompam, que abandonem princípios, até que se esqueçam que o que fazem não é apenas para sobrevir no jogo. Assim sorrissos falsos, interesses planejados, gestos calculados, etc, acabam sendo parte da vida, como acordar, como dormir, acaba sendo algo normal, que não gera estranheza alguma. Acho que é impossível ou enlouquecedor nunca jogar, somos obrigados a fazer isso no mínimo para sobreviver. Mas o certo seria que as jogadas nos deixassem no mínimo indignados ou que ao menos reforçasse nosso caráter, como uma forma de reconhecer que é preciso fazer isso, mas que jogar está longe de ser o ideal. Viver sem jogar é muito gratificante, porque é verdadeiro. Deveríamos desejar isso pra quem amamos, deveríamos lutar para que as jogadas fossem mais raras, nem que fosse por um breve momento ou com uma única pessoa. Paramos de pensar no que sonhamos, no que queremos pra nossas vidas e começamos a sonhar sonhos alheios, acreditando que são nossos, que são deles que custe o que custar precisamos para sermos felizes.
domingo, 15 de março de 2009
sábado, 7 de março de 2009
Corrida Contra o Tempo
Chegar antes da meia noite pra não quebrar o encanto, pra viver na fantasia. É assim nas histórias, a Cinderela se apressa, corre pra poder chegar em casa antes da meia noite, assim o encanto se faz eterno. Durou parte da noite mas depois é outra dia e alguém irá procurar ela pra viverem felizes para sempre.
Quantas vezes nós não corremos, aceleramos nossos carros, apertamos nosso passo pra chegarmos antes da hora em que o encanto se desfaz. Fugimos do tempo. Às vezes tanta pressa é pra chegar em casa antes de escurecer, é mais seguro. Talvez, antes da noite a vida não perca o encanto, talvez tudo pareça como um conto de fadas, sem assaltos, sem mortes, sem sustos. Parece valer a pena não desfrutar tanto o momento pra ter a sensação de viver o encanto. Ou se não podemos ter um final feliz que ao menos não seja trágico. Finalmente abrimos nossa garagem ou portão ainda assustados mas quase respirando aliviados por termos chegado a tempo em casa. E assim os momentos que realmente valem a pena, os momentos que marcam nossas vidas são substituídos por corridas contra o tempo. Não dá pra dar um beijo apaixonado na porta de casa, não pode-se demorar na despedida ou num olhar, é perigoso demais. As mães não podem parar o carro e fazer uma série de recomendações antes do filho descer, é melhor ir falando no caminho, mesmo sem olhar nos olhos, mesmo estando prestando atenção no trânsito. É mais seguro uma despedida breve ao invés de um abraço sincero, afinal ninguém quer quebrar o encanto.
Os segundos que pareciam mágicos somem, ninguém tem mais tempo pra isso. Vivemos assustados, não conseguimos aproveitar o momento, não nos entregamos à vida por medo, e infelizmente um medo real. Mas derrepente não faz mais tanto sentindo viver sem aqueles momentos únicos, espontâneos, que talvez fossem acontencer justamente na hora errada e tiveram que ser deixados pra depois, até que depois não era mais a hora.
Quantas vezes nós não corremos, aceleramos nossos carros, apertamos nosso passo pra chegarmos antes da hora em que o encanto se desfaz. Fugimos do tempo. Às vezes tanta pressa é pra chegar em casa antes de escurecer, é mais seguro. Talvez, antes da noite a vida não perca o encanto, talvez tudo pareça como um conto de fadas, sem assaltos, sem mortes, sem sustos. Parece valer a pena não desfrutar tanto o momento pra ter a sensação de viver o encanto. Ou se não podemos ter um final feliz que ao menos não seja trágico. Finalmente abrimos nossa garagem ou portão ainda assustados mas quase respirando aliviados por termos chegado a tempo em casa. E assim os momentos que realmente valem a pena, os momentos que marcam nossas vidas são substituídos por corridas contra o tempo. Não dá pra dar um beijo apaixonado na porta de casa, não pode-se demorar na despedida ou num olhar, é perigoso demais. As mães não podem parar o carro e fazer uma série de recomendações antes do filho descer, é melhor ir falando no caminho, mesmo sem olhar nos olhos, mesmo estando prestando atenção no trânsito. É mais seguro uma despedida breve ao invés de um abraço sincero, afinal ninguém quer quebrar o encanto.
Os segundos que pareciam mágicos somem, ninguém tem mais tempo pra isso. Vivemos assustados, não conseguimos aproveitar o momento, não nos entregamos à vida por medo, e infelizmente um medo real. Mas derrepente não faz mais tanto sentindo viver sem aqueles momentos únicos, espontâneos, que talvez fossem acontencer justamente na hora errada e tiveram que ser deixados pra depois, até que depois não era mais a hora.
Assinar:
Postagens (Atom)